Conheceram-se em crianças, bem inocentes, bem direccionados, bem destinados. Ela 5 ele 7, gostou logo dela, desde o primeiro momento. Aquele olhar brilhante, transmitia a segurança que não existia em mais nenhum lugar. O mundo andava todo de pernas pro ar, perto dela, tudo era diferente. Bem sei, se ele se preocupasse, nunca tinha ido embora; mas adolescencia é confusão. Ele estava confuso, não sabia o que escolher : tudo ou ela. Naquela noite, ela ensinou-o a olhar o céu de forma diferente, a desejar sem ser ambicioso, a amar sem estar perto. Jamais ele esqueceu essa noite, não foi mágico, foi simples como ela. Mas o simples, tornava-se inesquecível entre eles.
Contudo, foi embora. O tudo dele era mais importante que o tudo deles; deitou tudo fora. Procurou a vida toda alguém que lhe desse aquela confiança, que o fizesse sentir assim seguro. Cada pessoa o desiludia mais , pois esperava sempre alguém parecido com ela : impossivel. Não era so ela que era especial e por isso insubstituivel; eles eram especiais, nunca ninguém iria ocupar o lugar dela. Aquele olhar... a falta que aquele olhar lhe fazia. Os amigos bem diziam “ esquece”, é fácil falar. Só queria voltar áquela fase, junto dela, seguro. Ligou-lhe então, do telefone do quarto mais luxoso de todos, no topo do melhor hotel, o mais vazio:
- Se calhar podiamos começar de novo...
- Se te preocupasses, nunca tinhas ido embora.
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