Não vim cá para ver que afinal a minha fé é inútil;
nem para ver que apostei tudo numa farsa;
não foi para te deixar ou para te ver uma última vez;
vim arrastada pelo sentimento, esse que nunca vai embora apesar de eu fazer tudo para o expulsar.
Esse, acaba com a minha fé, aumenta o meu desgosto, obriga-me a deixar-te sem te ver uma última vez e aumenta sem eu ver uma forma de o contrular.
"Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia
Chegamos ? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos "
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia
Chegamos ? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos "
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
I told her in my heart is where she’ll always be
Conheceram-se em crianças, bem inocentes, bem direccionados, bem destinados. Ela 5 ele 7, gostou logo dela, desde o primeiro momento. Aquele olhar brilhante, transmitia a segurança que não existia em mais nenhum lugar. O mundo andava todo de pernas pro ar, perto dela, tudo era diferente. Bem sei, se ele se preocupasse, nunca tinha ido embora; mas adolescencia é confusão. Ele estava confuso, não sabia o que escolher : tudo ou ela. Naquela noite, ela ensinou-o a olhar o céu de forma diferente, a desejar sem ser ambicioso, a amar sem estar perto. Jamais ele esqueceu essa noite, não foi mágico, foi simples como ela. Mas o simples, tornava-se inesquecível entre eles.
Contudo, foi embora. O tudo dele era mais importante que o tudo deles; deitou tudo fora. Procurou a vida toda alguém que lhe desse aquela confiança, que o fizesse sentir assim seguro. Cada pessoa o desiludia mais , pois esperava sempre alguém parecido com ela : impossivel. Não era so ela que era especial e por isso insubstituivel; eles eram especiais, nunca ninguém iria ocupar o lugar dela. Aquele olhar... a falta que aquele olhar lhe fazia. Os amigos bem diziam “ esquece”, é fácil falar. Só queria voltar áquela fase, junto dela, seguro. Ligou-lhe então, do telefone do quarto mais luxoso de todos, no topo do melhor hotel, o mais vazio:
- Se calhar podiamos começar de novo...
- Se te preocupasses, nunca tinhas ido embora.
Contudo, foi embora. O tudo dele era mais importante que o tudo deles; deitou tudo fora. Procurou a vida toda alguém que lhe desse aquela confiança, que o fizesse sentir assim seguro. Cada pessoa o desiludia mais , pois esperava sempre alguém parecido com ela : impossivel. Não era so ela que era especial e por isso insubstituivel; eles eram especiais, nunca ninguém iria ocupar o lugar dela. Aquele olhar... a falta que aquele olhar lhe fazia. Os amigos bem diziam “ esquece”, é fácil falar. Só queria voltar áquela fase, junto dela, seguro. Ligou-lhe então, do telefone do quarto mais luxoso de todos, no topo do melhor hotel, o mais vazio:
- Se calhar podiamos começar de novo...
- Se te preocupasses, nunca tinhas ido embora.
domingo, 13 de dezembro de 2009
eventualmente
(...) até que eventualmente, aos poucos o nosso destino começa a fluir de novo. Depois daquele fim turbulento, das tentativas, das noites passadas em branco e as lágrimas derramadas, sem percebermos, a nossa vida estagnou; o vazio no nosso coração, sufoca os nossos dias. Não esquecemos, mas as memórias vão sendo substituidas por outras. No inicio pode parecer q nunca seremos tão felizes, mas o futuro é tao pouco previsivel, para quê perdermos o nosso tempo, a nossa alma a planear um futuro escuro e triste? Temos é de lutar ja, a partir deste momento para que ele se torne melhor que o passado que tanto nos fez sofrer.
Eventualmente, a tristeza por alguns erros que pensamos ter cometido mas que no fundo são erros normais consequência da falta de experiência, é substituida pela felicidade daquele sabádo em casa em que cantámos sozinhos pelos corredores, em que fingimos ser diva’s que todos desejam e admiram. Por aquela sexta com as amigas arruinada pelas saudades dele. O vazio que sentimos, apesar de estarmos rodeadas de pessoas. É destrutivo, e vamos para casa ainda mais em baixo. Ou pelo simples dia-a-dia que antes era completo por ele. Agora já não é e tentamos realmente encarar isso. É tão dificil...
Eventualmente, com o passar do tempo isso vai melhorando. E entrarão novas pessoas na nossa vida que vão fazer com que valha a pena viver, tal como ele fazia. Vamos aos poucos, aprendendo a viver de novo, como um bebé aprende a andar. Gatinhamos por uns tempos, mas nós mulheres somos tão fortes! Rapidamente seremos capazes de ficar de pé, com força. Se cairmos outra vez, cairemos. E então? De seguida, corajosas vamos conseguir de novo. A vida toda. Até que as coisas vão-nos afectando menos. (É ai que nos tornamos parecidas com eles). Desistir não é uma hipotese; acabou, acabou. Não podemos fazer nada se não termos consciencia dos nossos erros, e seguir em frente. Porque eventualmente, um dia...as coisas voltarão a ter o sabor que tinham com ele na nossa vida.
Eventualmente, a tristeza por alguns erros que pensamos ter cometido mas que no fundo são erros normais consequência da falta de experiência, é substituida pela felicidade daquele sabádo em casa em que cantámos sozinhos pelos corredores, em que fingimos ser diva’s que todos desejam e admiram. Por aquela sexta com as amigas arruinada pelas saudades dele. O vazio que sentimos, apesar de estarmos rodeadas de pessoas. É destrutivo, e vamos para casa ainda mais em baixo. Ou pelo simples dia-a-dia que antes era completo por ele. Agora já não é e tentamos realmente encarar isso. É tão dificil...
Eventualmente, com o passar do tempo isso vai melhorando. E entrarão novas pessoas na nossa vida que vão fazer com que valha a pena viver, tal como ele fazia. Vamos aos poucos, aprendendo a viver de novo, como um bebé aprende a andar. Gatinhamos por uns tempos, mas nós mulheres somos tão fortes! Rapidamente seremos capazes de ficar de pé, com força. Se cairmos outra vez, cairemos. E então? De seguida, corajosas vamos conseguir de novo. A vida toda. Até que as coisas vão-nos afectando menos. (É ai que nos tornamos parecidas com eles). Desistir não é uma hipotese; acabou, acabou. Não podemos fazer nada se não termos consciencia dos nossos erros, e seguir em frente. Porque eventualmente, um dia...as coisas voltarão a ter o sabor que tinham com ele na nossa vida.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
não cabe na vida
Se tu realmente te importasses, nunca tinhas ido. Nunca tinhas voltado atrás à tua palavra. Essa era tudo o que me valia, era tudo o que no fundo me alimentava, mantinha a minha sobrevivência. Não sei porque é que confiei em ti, mas confiei, pela primeira vez. É como se eu nao conseguisse mandar embora estas memórias, e eu so me pergunto se partilhavamos os mesmos sonhos para nós. Pergunto-me sempre á noite em frente do espelho “isto é mesmo o fim?”. Na minha imaginação que tambem imaginou o nosso amor, o espelho frio e sempre verdadeiro diz “sim. Era impossivel. Demasiado diferentes”. Para mim demasiado diferentes não existe. So te queria de volta,so queria sentir-me de novo segura. Acontecesse o que acontecesse, eu tinha-te a ti. Agora no fim até isso foi negado. Nunca te tive e tu nunca me tiveste. Foi-me tudo negado em frente dos meus olhos e eu nao via. (É prova que o amor não é apenas cego mas morto.) Sempre com a esperança que deixassemos de ser diferentes. Que o teu mundo se tornasse semelhante ao meu ou vice-versa. Já nao me interessava; se tivesse de abdicar de tudo para ficar contigo, abdicava. Mas a vida é inálteravel agora. À noite, a maré das minhas lembranças lança-se sobre a cama, pronta para me torturar. Faz-me lembrar o nosso ínicio, tudo o que juraste, tudo o que passámos. Todas as vezes que acabei ou nao quis começar pelas razões que agora tudo acabou. Lembro-me da primeira vez que disseste as coisas mais importantes. O tempo passa e mesmo que queiramos , deixamos de acreditar naquilo do “isto acaba nao tarda mariana, nao te agarres a ele”. O tempo passou... deixei de me lembrar disso. Não sei quem sabe, mas alguem “lá em cima” deve saber e so ele sabe o que senti, sinto e sentirei. Porque podem dizer que o tempo cura tudo e que tiveste as tuas razoes; podem dizer que os nossos mundos eram diferentes e isto era inevitavel, mas esquecer-te é impossivel. Ainda mais impossivel que ficar contigo. Se ao menos eu tivesse percebido tudo isto antes de ti, e te tivesse deixado antes... se ao menos...
Bem sei que a vida é repleta de maus momentos, mas contigo pensei que o tempo nunca fosse acabar. Pensei que era para sempre. Esqueci-me por algum tempo, que me pareceu tanto e agora tão pouco, que “para sempre” não existe. Só na vida dos outros, porque não somos nós que a vivemos. Mata-me passar na rua e ver um rapaz como tu e uma rapariga como eu, juntos. Penso que podiamos ser nós. Podiamos ter ultrapassado tudo, eu e tu contra o mundo. São escolhas. A vida é apenas um enorme conjunto de escolhas que construem o destino. O nosso destino, esse meu amor, foi destruido e nada o vai construir de novo. Era demasiado perfeito. Não cabe na vida.
So give me your forever
please your forever
not a day less will do
from you
Bem sei que a vida é repleta de maus momentos, mas contigo pensei que o tempo nunca fosse acabar. Pensei que era para sempre. Esqueci-me por algum tempo, que me pareceu tanto e agora tão pouco, que “para sempre” não existe. Só na vida dos outros, porque não somos nós que a vivemos. Mata-me passar na rua e ver um rapaz como tu e uma rapariga como eu, juntos. Penso que podiamos ser nós. Podiamos ter ultrapassado tudo, eu e tu contra o mundo. São escolhas. A vida é apenas um enorme conjunto de escolhas que construem o destino. O nosso destino, esse meu amor, foi destruido e nada o vai construir de novo. Era demasiado perfeito. Não cabe na vida.
So give me your forever
please your forever
not a day less will do
from you
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
o tempo...cura tudo?

Nos seus olhos mantém-se o terror de algo que a assombra há tantos anos. Já lhes perdeu a conta, porque também já nem se dá ao trabalho de os festejar. Lentamente acende o seu mal, o seu bem, o seu tudo. Passa a passa, parece esquecer o que odeia relembrar, mas não consegue evitar. Perde-se nas duvidas , pois por mais que tente, não consegue aceitar uma verdade impossivel de alterar : o passado. A vida levou-a por variados caminhos , seguidos por um ínicio falhado, destruçado. Uma infância sem infantilidade. É como uma planta sem raiz, nunca irá resultar. Para lá da memória, o coração bate com tranquilidade, sempre calmo. Os nervos, as lágrimas, a revolta foram há muito levados pelo peso do inevitável. “e se...; e se...”, mas o se nunca passará de um “se...” , nunca baterá com a realidade, nunca será sequer realidade. Ela deseja mais que tudo voltar atrás, agir de forma diferente, reviver cada segundo. Agora que sabe as respostas, deseja voltar a ter as questões em frente dela, e responder correctamente, com segurança. Segurança nunca fez parte da sua vida e no fundo pensou nunca precisar. Vive num passado que ainda não passou de todo, está presente em cada dia.
domingo, 15 de novembro de 2009
Maybe Not
Por isso nós podemos fazer tudo à nossa maneira. Podemos todos ser livres; acordar com a sensação incrível de puder desenvolver o dia à nossa maneira. Um mundo de ideias brilhantes para aquele dia que será tão curto mas tão longo ao mesmo tempo. Não temos nada a perder. Onde está tudo isto? No fundo, nunca esteve. Foram poucos ou nenhuns os dias em que fomos totalmente livres e felizes à nossa maneira. Passamos tanto tempo a querer corresponder as espectativas dos outros, mas há quem simplesmente nunca vá ver o nosso esforço, nem nos vai aceitar. Por mais que dermos, todos os dias; por mais que nos entregue-mos de corpo e alma, nunca vão ver que não conseguimos mais. Nunca vão ver onde erram, quando nos magoam, serão eternos cegos no que toca ao nosso bem estar, enquanto nós, acordaremos todos os dias por aquela pessoa, trabalharemos por ela, sonhamos com uma vida construida do seu lado, e apoiamos cada escolha ou decisão, mesmo que essa nos destrua lentamente. Há relações, se é que se podem chamar assim, em que há um que dá dá dá, e o outro apenas recebe. Vive no seu egoísmo, por pensar que nao consegue fazer melhor. Mas também não se esforça, pois isso poderia cansar, claro. Há dias em que essa pessoa vai ser tão especial...vai parecer que é a nossa vida, é a pessoa certa, é tudo o que queremos e precisamos. É um sonho tornado realidade. Puras ilusões que mais tarde ou mais cedo se despazem com uma leve brisa. Essa brisa leva tudo. Tudo o que existia sem existir de facto; todos os planos, todos os sonhos, todos os momentos que afinal são tidos como falta de atitude. Olhamos para trás e vemos que demos tanto sem pedir nada em troca. Pareceu-nos durante o caminho que aquilo, aquela pessoa, era o melhor que alguma vez iriamos ter. “Quando não temos o bom, o mau parece-nos o melhor”. Parecia que o apoio dado no passado, o amor que só ele sabia dar, á sua forma, era a melhor coisa da nossa vida, o nosso tesouro. No fim, damos por nós a implorar por uma solução que não seja acabar. Damos por nós dependentes de um ritual de mentiras. Analisamos cada promenor, do incio de tudo, ao final, e relembramos quantas foram as pessoas que nos avisaram para ter cuidado com esse alguém. Relembramos como agiamos quando alguém nos dizia que esse alguém nos ia deixar não tardava; a revolta por saber o que ele nos tinha jurado e acreditar verdadeiramente. Olhamos para dentro, e a resposta sempre lá esteve, enquanto nós a ignoravamos : eramos simplesmente, demasiado diferentes. Isso pode resultar? Pode. Mas é com esforço das duas partes. È verdade que em tempos dava tudo para te ter de volta, mas o tempo apesar de curto, mostrou-me que o meu destino já não depende de ti. E posso estar a morrer de desgosto agora, mas o Universo está a guardar-me algo melhor. Ele ao contrário de ti, vê o esforço que foi feito e há-de me compensar de alguma forma, que não vai ser de certeza, deixar-me como tu.
sábado, 14 de novembro de 2009
ninguém é de ninguém
O olhar ansioso enquanto aguardava a resposta à sua mensagem, foi substituido por um olhar triste , por saber que esta nao iria chegar. Talvez porque nao havia nada para responder, já tudo tinha sido dito antes. Talvez toda a história, agora contada e não vivida, afinal não fosse nada real, por ventura. A imaginação é poderosa, então quando tem do lado dela o nosso desejo de que se torne real, vence qualquer outra forma de viver. Porque imaginar não passa disso : uma forma de viver. E ás vezes é ela que alimenta as nossas esperanças, e automaticamente a nossa vida. Assim de um momento para o outro, sem sabermos porquê, entendemos que tudo aquilo que pensávamos nosso, realmente, não é nosso. Apenas nos pertence nos momentos em que a imaginação domina os nossos sonhos.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
no final de contas

Sem sabermos porquê, entendemos que toda a confiança que tinhamos, nunca a deveriamos ter tido. Confiar nunca passa de uma ilusão de que tudo vai ficar bem. Mas nunca fica. Nunca nada dura para sempre, nunca ninguém sente sempre o mesmo, nem pensa de forma igual. Os sentimentos e as opiniões, mudam perante atitudes. E no fim de tudo, no ponto mais baixo, a ideia vem : o que é que são atitudes afinal? São reflexos verdadeiros daquilo que as pessoas sentem. Devemos confiar em atitudes? Ou será que muitas delas têm apenas a intenção de nos fazer pensar? No fim, quando estamos sozinhos, quando a luz do túnel, apesar de existir concerteza, está bem longe de nós, percebemos que tudo foi decidido através de atitudes e não sentimentos. Porque sentir dá muito mais trabalho que pensar e agir. Muitas das vezes agir de forma contrária àquilo que pensamos, apenas para testar. Até podemos tentar dizer a nós próprios “ ok, este é o último adeus, é definitivo “, mas nunca vamos ter a certeza disso, porque nem sabemos quando é o fim. Nunca sabemos onde é que a vida nos vai levar. O nosso dia mais triste, passa a ser o mais feliz quando entendemos que a vida terá muito mais dias tristes do que felizes. E serão muito mais as pessoas que nos deixarão , do que aquelas que ficarão. Nem sempre por não gostarem de nós, mas sim porque não têm capacidade de ficar. Nunca devemos depender de ninguém, nem precisar de ninguém. Precisamos de nós, da nossa maneira de pensar, dos nossos sonhos. Os nossos sonhos não dependem de mais ninguém, a nossa felicidade, somos nós que a construímos. Muitas vezes percebemos que estamos a ir no caminho errado, mas esse caminho é o que dá mais prazer, é o que nos parece fazer sentir bem. Por isso continuamos, seguimos por ele. Acaba mal ? Quem sabe? Quem sabe se o caminho errado, não se torna o certo se fizermos por isso? A verdade, é que no final do dia, seja qual fôr o caminho que se segue, errado ou certo, no final, só nos temos a nós. Devemos ser egoístas por saber isso? Não, porque quanto mais errarmos, mais coisas más acumulamos e menos capacidade temos de nos ajudar, quando fôr preciso. Vai haver dias em que vamos simplesmente pensar “ quem me dera ter alguém que me segurasse, que cuidasse de mim” e podemos arranjar uma, também vão haver pessoas que nos amam, mas esse amor vai continuar quando a felicidade e a segurança delas estiver em risco? No fundo cada um joga para seu lado. Na maior parte das vezes lados opostos. E mais uma vez, após um pequeno período em que pudémos descansar porque alguém estava do nosso lado, isso vai acabar. E mais uma vez, teremos de começar tudo de novo. Por mais pessoas que estejam á nossa volta, que gostem de nós, vamos sentir que estamos de novo sozinhos contra o mundo.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Fim do mundo ou nova manhã...?
Mas não é o fim do mundo...certo? Ou será? Será que foi preciso isto acabar para começar uma manhã diferente? Porque todas as noites foram aborrecidas até agora... Tu foste apenas o melhor que já tive, isso não é o fim ou é? “Quando não temos o bom, o mau parece-nos o melhor” será essa a nova manhã que esperei tanto tempo? Não devemos esperar que os outros reconheçam o que muitas vezes nem nós próprios reconhecemos. Somos brilhantes à nossa forma desde que aceitemos que todos tempos uma forma diferente de ser brilhantes. E qual será a necessidade da sociedade que consiste em sermos todos iguais, e pensarmos todos de forma igual? Às vezes precisamos simplesmente de nos perdermos, para encontrarmos quem realmente somos. Assim não será fim, será apenas um novo início de uma coisa inacabada. Só porque agora estou a perder não significa que esteja perdida. Significa que preciso de novas manhãs frescas que me façam esquecer todas as outras. Esquecer? Não. Apenas deixar de me perguntar porque acabou, apenas aceitar que acabaram e não vão voltar.
Ele e ela, ela e ele. Juntos como sempre. Ali estavam eles. Corriam o seu campo verde e húmido, como se nunca mais o pudessem fazer. Aquilo é que era saber viver ... eles não pensavam em nada mais; nem no passado e muito menos no futuro. O futuro era algo que eles preferiam não imaginar, porque implicava imaginarem-se separados. Fora assim durante todos os anos. Longos anos que pareciam durar para sempre. Eles apenas pensavam naquele momento, ali juntos, sem mais ninguém. Brincavam, saltavam, corriam e contavam as suas histórias um ao outro. As dele eram sempre sobre criaturas mágicas que possuiam poderes fantásticos que desejava possuir também, mas por mais que tentasse, não conseguia. No inicío , parecia – lhe estranho, mas a verdade era que quando estava com ela, sentia nele todos os poderes das suas personagens; todos os que desejava o tempo todo, mas longe dela, não conseguia ter. Sentia que tinha uma força interior, capaz de lutar contra o mundo inteiro, as pessoas todas. Já as dela, contavam sempre romances, umas vezes suaves e bonitos, outras dramáticos e tristes, mas sempre com um toque de presistência, coragem e optimismo, característo dela própria. A primeira vez que brincaram juntos, ela tinha 6 anos e ele 8. Ambos envergonhados, mas ele escondia maravilhosamente, enquanto que ela cada vez corava mais. Até que, surpreendentemente, ela levantou os olhos da relva que observava enquanto pensava o que dizer ou fazer e disse : achas que podemos ser amigos ... ? O seu coração disparou com medo que ele dissesse que não, mas sem saber como, ela tinha a certeza que ele diria sim e ainda tinha mais certeza que a partir desse momento, seriam amigos para sempre. “ Sim. Aliás, acho que podemos ser amigos para sempre”. E foi assim que tudo começou e parecia nunca ir acabar. Todos os dias sem excepção, encontravam-se na esquina das suas casas e corriam até ao campo, perto da barragem. Passavam lá as manhãs e as tardes. Arranjavam sempre alguma coisa para se entreterem. Os anos passaram, e ambos perceberam que aquilo que os unia, era muito mais do que uma simples amizade. Era um amor que nada poderia deitar a baixo. Um amor que iria sobreviver a tudo. Menos à distância... Distância essa que tinha chegado agora. Então, pela ultima vez, corriam naquele que era o campo deles. Já adolescêntes, eles sabiam que não podiam negar uma separação inevitável, e cada um, na sua cabeça imaginava a sua vida sem o outro; mas não paravam de correr, um ao lado do outro, tal como antes, como se fosse a última vez, mas desta vez era mesmo. Ela parou e apesar de lhe ter jurado que não o ia fazer, começou a chorar sem parar; sentia um vazio horrivel no peito, um desespero insupórtavel por saber que nunca mais iria correr com ele, nem sequer iria vê-lo nunca mais. Era como se metade dela estivesse a ir embora (...) Infelizmente, a metade mais importante. Ele agarrou a sua mão e perguntou com um suave sorriso, de tristeza por causa do presente, mas felicidade por recordar o passado : “ achas que podemos ser amigos para sempre?”. Era impossivel resistir, as lágrimas tornaram-se abundantes naquela que era a cara mais linda e agora mais triste do mundo. Ela não conseguia parar, então abraçou-o uma última vez e entre soluços, com a voz a tremer, disse : “para sempre. O destino há- de nos juntar outra vez. Não te prendas a nada, eu tambem nao o farei, e assim quando fôr a altura certa, ele vai trazer-te de volta para mim ou levará-me até ti”, ao terminar de dizer isto, partiu numa corrida que se estendia em direcção ao pôr-do-sol, até desaparecer naquele que era, e seria para sempre, o campo deles.
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