"Pelo Sonho é que vamos,

comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?

Haja ou não haja frutos,

pelo Sonho é que vamos.



Basta a fé no que temos.

Basta a esperança naquilo

que talvez não teremos.

Basta que a alma demos,

com a mesma alegria,

ao que desconhecemos

e ao que é do dia-a-dia



Chegamos ? Não chegamos?



- Partimos. Vamos. Somos "



quinta-feira, 26 de novembro de 2009

o tempo...cura tudo?


Nos seus olhos mantém-se o terror de algo que a assombra há tantos anos. Já lhes perdeu a conta, porque também já nem se dá ao trabalho de os festejar. Lentamente acende o seu mal, o seu bem, o seu tudo. Passa a passa, parece esquecer o que odeia relembrar, mas não consegue evitar. Perde-se nas duvidas , pois por mais que tente, não consegue aceitar uma verdade impossivel de alterar : o passado. A vida levou-a por variados caminhos , seguidos por um ínicio falhado, destruçado. Uma infância sem infantilidade. É como uma planta sem raiz, nunca irá resultar. Para lá da memória, o coração bate com tranquilidade, sempre calmo. Os nervos, as lágrimas, a revolta foram há muito levados pelo peso do inevitável. “e se...; e se...”, mas o se nunca passará de um “se...” , nunca baterá com a realidade, nunca será sequer realidade. Ela deseja mais que tudo voltar atrás, agir de forma diferente, reviver cada segundo. Agora que sabe as respostas, deseja voltar a ter as questões em frente dela, e responder correctamente, com segurança. Segurança nunca fez parte da sua vida e no fundo pensou nunca precisar. Vive num passado que ainda não passou de todo, está presente em cada dia.

domingo, 15 de novembro de 2009

Maybe Not

Por isso nós podemos fazer tudo à nossa maneira. Podemos todos ser livres; acordar com a sensação incrível de puder desenvolver o dia à nossa maneira. Um mundo de ideias brilhantes para aquele dia que será tão curto mas tão longo ao mesmo tempo. Não temos nada a perder. Onde está tudo isto? No fundo, nunca esteve. Foram poucos ou nenhuns os dias em que fomos totalmente livres e felizes à nossa maneira. Passamos tanto tempo a querer corresponder as espectativas dos outros, mas há quem simplesmente nunca vá ver o nosso esforço, nem nos vai aceitar. Por mais que dermos, todos os dias; por mais que nos entregue-mos de corpo e alma, nunca vão ver que não conseguimos mais. Nunca vão ver onde erram, quando nos magoam, serão eternos cegos no que toca ao nosso bem estar, enquanto nós, acordaremos todos os dias por aquela pessoa, trabalharemos por ela, sonhamos com uma vida construida do seu lado, e apoiamos cada escolha ou decisão, mesmo que essa nos destrua lentamente. Há relações, se é que se podem chamar assim, em que há um que dá dá dá, e o outro apenas recebe. Vive no seu egoísmo, por pensar que nao consegue fazer melhor. Mas também não se esforça, pois isso poderia cansar, claro. Há dias em que essa pessoa vai ser tão especial...vai parecer que é a nossa vida, é a pessoa certa, é tudo o que queremos e precisamos. É um sonho tornado realidade. Puras ilusões que mais tarde ou mais cedo se despazem com uma leve brisa. Essa brisa leva tudo. Tudo o que existia sem existir de facto; todos os planos, todos os sonhos, todos os momentos que afinal são tidos como falta de atitude. Olhamos para trás e vemos que demos tanto sem pedir nada em troca. Pareceu-nos durante o caminho que aquilo, aquela pessoa, era o melhor que alguma vez iriamos ter. “Quando não temos o bom, o mau parece-nos o melhor”. Parecia que o apoio dado no passado, o amor que só ele sabia dar, á sua forma, era a melhor coisa da nossa vida, o nosso tesouro. No fim, damos por nós a implorar por uma solução que não seja acabar. Damos por nós dependentes de um ritual de mentiras. Analisamos cada promenor, do incio de tudo, ao final, e relembramos quantas foram as pessoas que nos avisaram para ter cuidado com esse alguém. Relembramos como agiamos quando alguém nos dizia que esse alguém nos ia deixar não tardava; a revolta por saber o que ele nos tinha jurado e acreditar verdadeiramente. Olhamos para dentro, e a resposta sempre lá esteve, enquanto nós a ignoravamos : eramos simplesmente, demasiado diferentes. Isso pode resultar? Pode. Mas é com esforço das duas partes. È verdade que em tempos dava tudo para te ter de volta, mas o tempo apesar de curto, mostrou-me que o meu destino já não depende de ti. E posso estar a morrer de desgosto agora, mas o Universo está a guardar-me algo melhor. Ele ao contrário de ti, vê o esforço que foi feito e há-de me compensar de alguma forma, que não vai ser de certeza, deixar-me como tu.

sábado, 14 de novembro de 2009

ninguém é de ninguém

O olhar ansioso enquanto aguardava a resposta à sua mensagem, foi substituido por um olhar triste , por saber que esta nao iria chegar. Talvez porque nao havia nada para responder, já tudo tinha sido dito antes. Talvez toda a história, agora contada e não vivida, afinal não fosse nada real, por ventura. A imaginação é poderosa, então quando tem do lado dela o nosso desejo de que se torne real, vence qualquer outra forma de viver. Porque imaginar não passa disso : uma forma de viver. E ás vezes é ela que alimenta as nossas esperanças, e automaticamente a nossa vida. Assim de um momento para o outro, sem sabermos porquê, entendemos que tudo aquilo que pensávamos nosso, realmente, não é nosso. Apenas nos pertence nos momentos em que a imaginação domina os nossos sonhos.